quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

a casa pelo telhado















a casa pelo telhado
que ideia!
sabes que é impossível
que ideia!
o carro à frente dos bois
que ideia!
a omelete sem ovos
que ideia!

e se te disser que não há tempo para analisar tudo
e tens de jogar?
e se te disser que há saltos na aprendizagem?
que pode haver a imperfeição provocada
que as fronteiras se podem passar
que há memória transitiva
que há cooperação
que há línguas diferentes
e se te disser que não é impossível
e que tenho os pés na terra quando digo que não é impossível voar?

a casa pelo telhado
que ideia!





sexta-feira, 25 de setembro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Depois de passar anos à procura do barbeiro...

O Barbeiro, pela Ronda dos Quatro Caminhos


– Diga lá, ó senhor Gato:
Porque tem esses bigodes?
– Fui outro dia ao barbeiro
E ele não mos quis cortar.

Disse que gato sem bigodes
Mais parecia um pinguim,
Que a bigodes tão bonitos
Não era de se dar fim.

– Diga lá, senhor Leão:
Porque tem esse cabelo?
– Fui outro dia ao barbeiro
E ele não mo quis cortar.

Disse que leão careca
Mais parecia uma avestruz,
Que leão só fica bem
De cabeleira ou capuz.

– Diga lá, ó senhor Bode:
Porque tem essa barbinha?
– Fui outro dia ao barbeiro
E ele não ma quis cortar.

Disse que bode sem barba
Mais parecia um chimpanzé,
Que bode só fica bem
De barba grande e boné.

encontrei-o aqui


terça-feira, 18 de agosto de 2015

defesa de Glenn Gould contra Sokolov

fui tirar os pontos
e fiquei com três buraquinhos
(ou serão seis?)
seja como for
desaparecerão quando a pele se encontrar
e eu com ela me encontrar
e for possível escrever

escrever por exemplo sobre a antítese entre Sokolov e Glenn Gould
para defender o segundo, é claro
que soube que a aura tinha caído
e entendeu que a gravação era um processo colectivo
e que se podia cortar e colar para a música chegar mais longe

antes do copypaste
depois da música concreta
e da fixação dos sons ser possível
relação dialética com a tecnologia
desenvolvendo uma nova técnica
isto é, uma relação nova entre os seres e os materiais
e entre os humanos
com a ferramenta que se interroga em acto
para não ser por ela dominado
a questão é política, portanto
porque a forma de construir e usar
é parte da transformação ou mais do mesmo
da justeza ou do engano
(e nada é só justo ou só engano
mas o pianista russo que diz que em arte
só tem valor o que não é reprodutível
está enganado)

e apesar de tudo escolhe-se
escolhe-se ainda o que é preciso,
o que a pele no outro deseja e escuta
e no terceiro buraquinho ama

opção difícil, armadilhada
- mas ou é isso, ou nada.

como são tolas as pessoas

1.
como são tolas as pessoas
que fazem crer às outras que são unas
e de fora parecem realmente
mas lá por dentro dilaceradas como tu
porque é raro encontrarem-se as coisas com as ideias
como dois amantes

e os dois lados de ser e não ser
e as vidas diferentes que vivemos
e que queríamos que fosse uma só
uma só
 
2.
e entretanto acção e sonho como irmãos
rompem diques ou então
acumulam energia como barragens
e fazem saltar até as pedras
que atingem os fantasmas levantados
e por eles passam como passam os passados repassados
pelos véus das aparências da história histérica
simplificada, porque o essencial não se conta
fica atrás, escondido
foi a dúvida
e o que sem querer recusaste
 
3.
já era tempo de te escrever outra vez
minha irmã
ou fazer aquele monte de canções desoladas
muito tristes e engraçadas
para crianças que entendam o que a vida pode ser
e mulheres e homens que não tenham desistido de sentir
a beleza da jangada e da casa lá em cima
contigo brincando na árvore e nas ameias
de um castelo inventado para ser atacado
e defendido dos brutamontes com armadilhas de piratas

ardilosa combatente
astuta coruja
silenciosa e nua
tu és bela e vermelha


à bengala

À bengala ele diz coisas baixinho que não se percebem bem
mas anda, parece, com agilidade, até. E depois de o ver perdi-o. Achei que estava no autocarro, sim era um autocarro e era amarelo, pelo menos parecia amarelo. Era, era. Amarelo, mas com publicidades, não se via bem lá para dentro. Podia ser um eléctrico. As portas abriram. Não, ele ia em pé, agarrado ao varão do autocarro, era um autocarro era. Ele murmurava palavras, pareciam palavras, eram de certeza, mas não se ouvia o que era, não se ouvia bem. Parecia ser uma bengala, mas depois estranhei, andar assim tão bem. Pode ser só de apoio. Ele se calhar caíu, partiu uma perna e agora só tem medo. É um apoio, ele andava bem, até muito bem, pareceu-me. Não coxeava. Saiu. Andava bem, sim, muito ágil. Tinha um chapéu, sim agora estou a lembrar-me do chapéu. Acinzentado? Sim, com uma risca, aquilo deve ter um nome, uma risca de chapéu com aba. Não era aba larga, era aba curta, pareceu-me aba curta, até tinha a aba levantada um pouco, de lado talvez, mas podia não ser de propósito, sim, tinha a aba levantada de lado. Sim, bengala tenho a certeza. Não sei se era fato. Era cinzento, o chapéu, sim, o chapéu era cinzento, disso tenho a certeza. Não era fato, era talvez uma camisola grossa avermelhada. Vermelho escuro, quase acastanhado, cor de tijolo escuro, não sei, mais vinho talvez. Não cambaleava, não, até andava bastante direito, sem ser demais. Não vi bem a cara. Era um homem, sim, não há dúvida. De sapatos, sim, vi a bengala castanha.

sem adjectivos

Desde que perdi o adjectivo que as coisas deixaram de ser. Agora perco-me nas ruas e vou sempre dar a casa magoando os dedos. Estou a falar a sério. Não é brincadeira nenhuma esta letra. É o raio posto na estátua, a queda dos astros. Gostava de ser como as pedras, ter tempo. Mas queria dormir menos do que os gatos. Sinto-me uma rocha de esferovite a perder nacos de razão com as formas da roda. Que calor. A minha réstia de procura não anula, não arrasa, não alisa o mundo em explicação e slogan. Tenho de resistir, mas também tenho de cantar o mundo e a possibilidade do encontro sem o jugo da pressa e da submissão. Nem tudo passa por eles. Senão, de que vale rir?

sexta-feira, 31 de julho de 2015

nem eu


fumo chocolate café
os pombos cheios de moscas
sangrar seco branco peganhento
jorrar continuar ondas divergentes ácidas de transpirar
fumo chocolate café
morte não pensada
os pombos cheios de moscas
as moscas cheias de patas e asas e baratas
sem chão
esguio frio arrepiado
esfolar-se a pele com antílopes
sangrar seco branco bacalhau
como é que se diz
isto de estar parado imóvel sem conseguir estado de polícia de choque
jorrar expulsar ondas divergentes ácidas
morte na barriga
onde a borracha a tecla de água rás

quinta-feira, 23 de julho de 2015

detritos

menina pires,
deixe lá a sombra um bocadinho
e olhe à sua volta:
não vê que os pombos estão a ficar malucos
com as migalhas dos folhados de salsicha?
não vê que os ratos estão a ficar zonzos
com os queijos de cura prolongada?
não vê que os urubus estão a ficar passados
com os cadáveres da autoestrada?
não vê que os abutres estão a ficar tolinhos
com os sarcófagos dos prazeres?
não vê que as hienas estão a ficar loucas
com as carcaças dos reformados?
não vê que as moscas estão a ficar tontas
com as fezes de cagané?
desculpe, mas é.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

quarta-feira, 27 de maio de 2015

duas pedrinhas

duas pedrinhas
a tocar numa base de granito
podem fazer do cinzento música
e ser muito estimulante
para o ouvido

mas três gigantes
a pisar as casas todas
como dantes
não é nada simpático
e para quem lá vive
não é prático

já as cinco pontas
de uma estrela decidida
com a ajuda de uma amiga
(e de um espelho)
podem dar outra luz
à estrada

visão lateral

As mulheres desenvolvem mais a visão lateral do que os homens. Por isso, quando vão ao Galeto, não olham só para a televisão.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

a escada?

Apocalipo de cola

A esta hora, a depressão imensa cai-me por dentro. Os pratos por lavar, mesas com papéis e comida, cotão na cama gritam-me no estômago a angústia. A testa aperta, o coração mirra, tu estás em coma, a dormir. Não oiço nada, o que oiço apago a borracha. As aparas da borracha são brancas. Quero desistir, perdi as forças. O cérebro muito racional e científico fala-me em voz grave. É fome, é sono, trabalho a mais, cigarro a mais. E o super-cérebro ou alter-cérebro pergunta: e a solidão? Andas a ver demasiados anúncios de cerveja, diz o cérebro. Não percebes nada do mundo, só olhas para ti, responde o outro, o alter. Ou super. Autodestruo. Os olhos, a boca, os pulmões, o estômago. A pele. Os dentes. A caveira cava-me e abre orelhas, olheiras, alheiras, alheias, areias, áreas e árias. As tépidas mentes doentes do ente. Tusso para sempre. Comem-me a carne as pulgas. Outra estratosfera diz que a culpa é da hora. A que começou a escrever. Horas, hei-de esfaquear-vos. Para que precisamos de horas e de que elas sejam diversas? Venham ser diversos os segundos. Mas desisto de discussões e lutas. Felizmente, durmo.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O livro de ontem à noite (para publicar amanhã)


Como escrever a andar
como quem come o impossível
o andar-ritmo, estilo, tipo
e a voz alta a ditar as regras
o individualismo desuniversal
a coisa só-si
a ser aberta-fechada, malcriada
e o travão-apagão visitante
como fazer assim o que se quer
como quem come o desistente
sonolento de saudades e na goela anti-partos
carapaças linhas duras
a mão desvia o padrão azul
a mão cai depois e não sabe
a mão ganha cabeça










Apanhado em flagrante num instinto comunitário
o gato senhor de si vira a cabeça
finge dormir de orelha alerta
dá o flanco de costas.
Os gritos de cio ou abandono
são iguais aos de crias humanas largadas nas bermas das estradas.
Como pode um preso libertar outro preso?
O gato não ronrona esta noite
ganha torcicolos
sobressalta
regurgita







não era a distância
entre nós e o barco
éramos nós o barco
e o nós era outro e já não se via
numa espécie de miopia

daí talvez os gritos de gato voador
ouvidos mais acima
ouvidos-alerta do gato do sexto
e o escrever a voar

e, pois canté, os nós eram só eu
ilha extinta pela distância








inventa-me um título
mas não me perturbes
coça-me o testículo
mas não me masturbes

quarta-feira, 29 de abril de 2015

A morta-viva convida

quarta-feira, 22 de abril de 2015

cergal

A ser a não ser a ti aqui e em vez do complicado mínimo sem saber da pressa disto sem saber pensar outra coisa com televisão assim porqû

Sem ter aqui no peito ou tendo menos no telefone da linha não vista não separante por ver animais bestas e anúncios sempre a livrar da depressão e solidão

Sem ter o sentido sempre a correr sem manias tidas com sprays com vagas de ondas abertas a bater à porta do écrã pausa

Na espera que esmera à toa à tona a livrar barcos em verdes que não estufas frias
Fantasmas farófias azeites nas barbas assilabar a voz repentinamente sofrer
Salgas pastos aranhas quem sabe talvez depois e nunca nunca a ser a saber quando ficar não querer ficar assim
Argonautas sensóveis rupestres guizos de malhas precianas
Bastar a errar a mesma a mesa assentar a cabeça docemente no mar 
Grés

quarta-feira, 8 de abril de 2015

correspondência

e se depois
e como
como não
como não se sim ou sim se não
o erro se fosse uma mulher era a mãe da revolução disse ele
brain damage
hic hic hic
fluido rosa
falar pela rua aos tropeções
como comprar o comprimido-de-parar-o-cérebro
azul verde azulado azul azul
cheira a primavera disse ela
e ela mergulhou
antigamentes inexistentes irrecuperáveis
ei-los
cheiros
falar pela rua sempre será o melhor de tudo
mas o desfoque do olhar a viseira
medos automatismos rotinas fugas conservações
corpos definhantes sérios adultos feios cinzentos a serem os nossos
e ter afastado tudo
e pensar que os outros cada um também afastou tudo de si e ficámos maples sozinhos em salas rodeados de nada

segunda-feira, 6 de abril de 2015

não esquecer

So keep fightin' for freedom and justice, beloveds,
but don't you forget to have fun doin' it.
Lord, let your laughter ring forth.
Be outrageous, ridicule the fraidy-cats,
rejoice in all the oddities that freedom can produce.
And when you get through kickin' ass
and celebratin' the sheer joy of a good fight,
be sure to tell those who come after
how much fun it was."
 
Molly Ivins, from "The Fun's in the Fight" in Mother Jones, 1993

sexta-feira, 13 de março de 2015

triunvirato

o triunvirato
fez um ultimato
de sentido exacto:

que trates de ti
que saias daí
um ponto no i

vais ligar?
vais resistir?
resistir é vencer
diz o outro
que és também tu

e eu por mim
digo assim:
que posso perceber
tudo querer
mandar às favas
esquecer
enrodilhar
perecer

mas que consegues muito mais que isso
que caramba não és só um chouriço
mas belo mago de ideias
e cheio de viço

que força é
não ser dominado
pelo rosé

que força há
em beber sumo
de maracujá

que estamos contigo
a tirar-te os olhos
do umbigo

que há ainda muito por ler
por contar criar fazer
que te queremos connosco
porque nos puseste aqui
precisamos de ti

momentos que tais
a derradeira hipótese de mudar isto
de não ter de ser aos ais

saltar pra fora do loop
que a ti nem o álcool te engrupe
ver um espectáculo da Seivatrupe
nem que o espectador ao lado apupe
que há quem se preocupe
contigo

não saber do dia e da hora?

borriés daí pra fora!

terça-feira, 10 de março de 2015

vá brincar

posso tratar-te por tu a ti que actuas
ou divas devem divagar em vénias
certas de sobressaírem silhuetas soçobradas
arrastadas com árida e ácida ânsia
de lugares livres e liguarudos
posso atuar-te a ti que atuas
esquecendo esquifes espartilhos
e os altos belos bicos desses botins
acetinados sem sina mas com ensejo
do altivo altar das palmas e louros
posso babar-me berrar beber bocejar
e porquê pedir-te permissão
será do mar amarelo da voz de marmeleira
ou quê

na novela e fora dela, filhos por você

segunda-feira, 9 de março de 2015

não escrever

escrever sempre sobre este momento que não há nem entre a sala de jantar e o corredor nem no mármore das trilobites, esconder caderno depois e antes mas isso era dantes quando havia ar entre as trilobites, grafites em estojos, agora só a fingir que é prosa poesia disfarçada e de coração nas mãos a correr antes do soar do trinco ou do correr na calha das calhas da porta, e por lá não entra mais aquele que não entra nunca, escrever sempre sobre este que não entra nunca e sempre força à filme que filma a dobradiça em espasmos de pancadas, sempre força e não o queremos deixar entrar porque assim era assim era assim, gritar de insuficiência ingorância e perda do lugar espaço espaço lugar momento sítio de isto sítio de aqui poder ser ali poder fazer sair, buracos de luz eléctrica branca penas águas humidades ecos de metal pouco sal calcarite, pontos de fuga loucos amenos são barcos e algas verdes arcos de chorões e passagens em cavernas e caminhos de terra e madeira e o sol quente sem ferir os olhos, calha da porta

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

capa

como uma parede ciclorama de eme
em torno de toda a volta entornada circular
a fazer parede que não se pode passar
com a cara impressa a presença a permanência
uma parede cenário lá na visão periférica
que não deixa ser vista de frente
bate contra os olhos repele
como a rede de tensão do jurassic park
parede dura intransponível olhona
fechadura correia mordaça cheia de carinho impossível
lágrimas impossíveis gritos impossíveis
cenários corredores sempre lá sempre turvo
como pedras da calçada e prédios e portas
ou troncos de árvores bocas de incêndio pra que não olhamos
e só acima o céu e é para lá que vou de vez em quando
e na terra para todas aquelas mãos que é preciso
sorrir acompanhar esmolar e decidir
adiar adiar adiar para a frente para longe para nunca
andar com o ciclorama na nuca
enterrar pisar desespero gritar fechar os olhos é pior
azeite na nuca casca de banana empatar ocupar
e eu com a consciência toda e sem chaves
não dá para aproximar
carapaça eléctrica sem antídoto
o corno da cabeça por partir

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Com um V na volta e o Maçariku na cabeça nas mãos na voz

A pensar nos concertos do Tropa Não, e outros, que o Maçariku organizou nas Palmeiras já lá vão umas décadas.
A pensar nas formas simples de fazer coisas quando são necessárias e quando se quer fazê-las.
A pensar no que se passa hoje e no que queremos que se passe hoje e amanhã.

Um concerto com velhos e novos amigos que teimam na construção de outra cultura, de partilha, liberdade e resistência: Coro da Achada * dUAS sEMI cOLCHEIAS iNVERTIDAS * Ernesto Rodrigues, Guilherme Rodrigues e Carlos Santos * João Morais, Rui Lucena, Filipe Brito e Diana Dionísio * João Paulo Esteves da Silva e Margarida Guia * João San Payo e amigos * No Mínimo K

A entrada é livre. 
Sexta-feira, na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Com um V na volta


Maçariku, aliás Vítor Ribeiro, fez de tudo no cinema, no teatro, em associações culturais e organizações políticas. Lutou pela liberdade dentro e fora da cabeça, contra o racismo, o militarismo, a exploração. Trocava artes, coisas e ideias, fazia com e para os outros e coleccionava amigos no meio disso. Organizou centenas de encontros e concertos, participou em grandes e pequenos combates, fez de tudo com rebeldia, resistiu até não mais poder. Maçariku cultivou as amizades como quem semeia desobediência, entusiasmo, internacionalismo. Morreu em Agosto passado, e deixou tanta coisa, tanta gente.
A Casa da Achada e amigos propõem e convidam a participar numa série de sessões a partir dele, com uma diversidade de actividades que nunca será capaz de dar conta de uma vida tão rica e intensa, mas tenta pelo menos pegar nas suas coisas, nas suas ideias, nos seus modos de ser e passar as coisas aos outros.
Amigos e conhecidos intervêm, mostram-se máquinas velhas e outras a funcionar, há músicas, conversas, poemas e ferramentas, mostram-se filmes feitos por ele e filmes com ele lá dentro (na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio), e ainda uma série de filmes da sua colecção (na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema). Para terminar, um concerto resistente a pensar no que vibra ainda da sua presença atenta e livre para os combates futuros. Bebe mais um copo, Maçariku.


Sábado, 17 de Janeiro, 15h
Casa da Achada – Centro Mário Dionísio
TANTA COISA
Intervenções livres, filmes, ideias, escadotes, músicas, objectos, luzes, som, câmara, poemas, andaimes, instrumentos… e tudo o mais que desaprendemos e aprendemos com o Maçariku.

Domingo, 18 de Janeiro, 17h
Casa da Achada – Centro Mário Dionísio
MODOS DE FAZER E PENSAR

Filmes e conversa com Ângela Luzia, João Carlos Louçã e outros.
Projecção de Viver, Aprender e Trabalhar na Península de Setúbal (1997), de Eduarda Dionísio, João Carlos Louçã e Vítor Ribeiro + excertos de entrevistas a Francisco Castro Rodrigues, feitas por Eduarda Dionísio e Vítor Ribeiro

Segunda-feira, 19 de Janeiro, 21h30
Cinemateca Portuguesa
La Bandera (1935), de Julien Duvivier

Terça-feira, 20 de Janeiro, 19h
Cinemateca Portuguesa
Milou en mai (1990), de Louis Malle

Quarta-feira, 21 de Janeiro, 21h30
Cinemateca Portuguesa
Sois belle et tait-toi (1958), de Marc Allégret

Quinta-feira, 22 de Janeiro, 19h
Cinemateca Portuguesa
A propos d’une rivière (1955), de Georges Franju
Portugal’s men of the sea (1968), de George Sluizer

Sexta-feira, 23 de Janeiro, 21h30
Casa da Achada – Centro Mário Dionísio
Filmes:
As Sereias (2001), de Paulo Rocha
António Palolo: ver o pensamento a correr (1995), de Jorge Silva Melo
A piscina (2004), de Iana Ferreira e João Viana

Sábado, 24 de Janeiro, 16h
Casa da Achada – Centro Mário Dionísio
Oficina de projecção em 16mm com Maximino Santos.
Filme: Pas de deux (1968), de Norman McLaren

Segunda-feira, 26 de Janeiro, 19h
Cinemateca Portuguesa
A greve (1925), de Sergei Eisenstein

Sexta-feira, 30 de Janeiro, 22h
Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul
COM UM V NA VOLTA
Um concerto com velhos e novos amigos que teimam na construção de outra cultura, de partilha, liberdade e resistência.

> Entrada gratuita nas sessões na Casa da Achada e no concerto na Guilherme Cossoul. Preços habituais para as sessões na Cinemateca.