terça-feira, 6 de abril de 2010

todos os dias

dia-a-dia
uma escada para descer
nem sempre serás livre
“inspirada”

a bomba sempre
os rios de trabalho sempre
a vontade no fundo sempre
de tudo arrancar

nem sempre a tua plantação paciente e bela
da destruição futura

derrube urgente
de uma de viver
forma
lenta
nos cantos amarelecida

MAS!
os milhões que escreveste
em rápidos minutos

tu que sabes a exclamação
e evitas com LETRAS
tu que tens
a solução para as TRELAS

não te sucedem
és tu aqui
presente
para a escada descendente - o chão e as

ESTRELAS
todos os dias
até te vir buscar uma mulher

amarguras

amarguras de não pensar, escreveres de entontar, amarguras de não ter forças, cansaços de não dormir, tristezas da falta de ideias, certezas de bons amigos, boas conversas à volta, facto de não entrar, gostos de almofadas e lençóis, preferências de companhias, irritações de fígados mal tratados, olhos bonitos no mundo, penas de não passar forças, letras tortas de cansaços e alcoóis, medos de já não saber ortografia, pesos de avôs e pais, vontades de não querer pensar em futuros, falta de forças para imaginar futuros, os porquês de pensar imenso, invejas de gatos e tartarugas, lembranças de inquéritos mal feitos para resultados duvidosos, quases de fechar de olhos, determinativos a mais, tendências de encher páginas, satélites que já não sei quais são, palavras escritas como falcidadez, amores de fugir, imagens de respirar nas cabeças, plurais intrigantes, auto-reflectir a mais, deveres por cumprir, cadernos como psicólogos, estalos que daria a quem diz isto ou aquilo, manias de encontrar sentidos, medos de gentes intrusivas, medos dos pensamentos terríveis, amor.