sexta-feira, 31 de julho de 2015

nem eu


fumo chocolate café
os pombos cheios de moscas
sangrar seco branco peganhento
jorrar continuar ondas divergentes ácidas de transpirar
fumo chocolate café
morte não pensada
os pombos cheios de moscas
as moscas cheias de patas e asas e baratas
sem chão
esguio frio arrepiado
esfolar-se a pele com antílopes
sangrar seco branco bacalhau
como é que se diz
isto de estar parado imóvel sem conseguir estado de polícia de choque
jorrar expulsar ondas divergentes ácidas
morte na barriga
onde a borracha a tecla de água rás

quinta-feira, 23 de julho de 2015

detritos

menina pires,
deixe lá a sombra um bocadinho
e olhe à sua volta:
não vê que os pombos estão a ficar malucos
com as migalhas dos folhados de salsicha?
não vê que os ratos estão a ficar zonzos
com os queijos de cura prolongada?
não vê que os urubus estão a ficar passados
com os cadáveres da autoestrada?
não vê que os abutres estão a ficar tolinhos
com os sarcófagos dos prazeres?
não vê que as hienas estão a ficar loucas
com as carcaças dos reformados?
não vê que as moscas estão a ficar tontas
com as fezes de cagané?
desculpe, mas é.

quinta-feira, 16 de julho de 2015