quarta-feira, 29 de julho de 2009

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Afinal mandava em ovelhas



Pároco quer corrigir engano que levou fiéis a adorar a santa errada
Nacional
2009-07-26 12:23

Não se sabe ao certo quando os fiéis começaram a chamar Senhora da Vinha à Senhora de Vinha, mas o pároco da freguesia da Areosa, em Viana do Castelo, quer acabar com o engano que os leva a adorar a santa errada.
“A Igreja defende a verdade, por isso, quero tirar os fiéis do engano”, diz, à Lusa, o padre João Cardoso, que está na paróquia de Areosa há 22 anos.

Com o tempo contado para a celebração de uma missa, o pároco explica que, mais do que uma questão de escrita ou de pronúncia, a troca do “e” pelo “a” faz com que “os fiéis adorem a santa errada”.

“É que a Senhora da Vinha está relacionada com a cultura do vinho, enquanto a nossa Senhora de Vinha vem do latim ‘ovinea’, que significa ovelhas, o que tem toda a razão de ser uma vez que, em tempos, esta região era toda ocupada por campos de pastorícia”, prosseguiu João Cardoso, já com a batina vestida para a celebração da eucaristia vespertina.

O pároco foi chamado à atenção para o engano por um professor de história, que de passagem pela freguesia vianense, lhe levou uma fotografia da pintura “Vierge à la Grappe”, da colecção de Luís XIV, exposta no Museu do Louvre, em Paris.

“Esse professor de História é que me mostrou que a imagem da padroeira nem sequer é a mesma, a Senhora da Vinha tem o menino ao colo e um cacho de uvas na mão, enquanto a Senhora de Vinha é uma pietá que segura o menino”, elucidou o eclesiástico, que incluiu as duas imagens no livrinho das festas da freguesia da Areosa, que se iniciam hoje, para comçear a elucidar os fiéis da paróquia.

A convicção de que a santa padroeira estava relacionado com o vinho levou, na última remodelação à capela de Areosa, a decorar o arco cruzeiro com uma videira carregada de cachos de uvas brancas e tintas.

Em conversa com a Lusa, o padre João Cardoso confessa que até a sua irmã, acreditando que a santa era padroeira da cultura do vinho, “sempre que tem uma boa colheita vem cá agradecer à Senhora da Vinha”.

O pároco está consciente que a missão de evangelizar sobre a designação correcta da padroeira não será tarefa fácil, mas, contrapôs, “tenho que esclarecer o povo para não continuar a andar enganado”.

“Não sei bem quando o erro começou, mas tenho a obrigação de o tentar corrigir até como sinal de respeito pelo passado desta freguesia, que foi a primeira a ser povoada, existindo vários achados que provam que este local acolheu, mesmo antes de Viana do Castelo, um povoamento que vivia da criação de gado”, acrescentou.

Por isso, está a fazer, em computador, panfletos que vai distribuir pelos devotos da freguesia a Norte de Viana do Castelo, aproveitando a concentração de pessoas nas festividades da freguesia.

Lusa / AO online

domingo, 26 de julho de 2009

em nono lugar


difícil ouvir silêncio outros
muro contra o pensamento
ouvir-se a si mesmo só
outros pensamentos outros ruídos
outros sons outras ideias

ouvir difícil
sair de si mesmo só
muro contra o que não é possível
ainda

amar conforto repetição mitos
a mesma coisa
é mesmo violência
conservação do mesmo

difícil ouvir silêncio outros
contra o muro pensamento

o contrário de ficar à espera


A emoção da esperança expande-se para fora de si, torna as pessoas mais largas em vez de mais estreitas; insaciável, ela quer saber o que dá sentido às pessoas dentro e o que se pode aliar a elas fora.

Ernst Bloch

sábado, 25 de julho de 2009

Puta Vida Merda Cagalhões, Nel Monteiro




"Puta Vida Merda Cagalhões"

"Por não ter condições de vida
E ver sinais de mal a pior
Desculpem a linguagem
Mas não tenho outra melhor
Desculpem a linguagem
Mas não tenho outra melhor
É muito duro ser pobre
E mais duro é com certeza
Um pobre ser toda a vida
A lixeira da nobreza
Um pobre ser toda a vida
A lixeira da nobreza

Puta vida merda cagalhões
Porque será que tem que ser assim?
Os casebres e as mansões
Desigualdade sem ter fim

Puta vida merda cagalhões
Até parece que sou filho do azar
Pois até o Euro Milhões
Só merda me está a dar

A Expo 98
Tanta nota ali perdida
E tantos pobres pedintes
Sem terem nada na vida
E tantos pobres pedintes
Sem terem nada na vida
Não é defeito não ter
Nem para cagar, um penico
Defeito é ir tirar
Ao pobre para dar ao rico
Defeito é ir tirar
Ao pobre para dar ao rico

Puta vida merda cagalhões
Porque será que tem que ser assim?
Os casebres e as mansões
Desigualdade sem ter fim

Puta vida merda cagalhões
Até parece que sou filho do azar
Pois até o Euro Milhões
Só merda me está a dar

Estádios de futebol
Oferta de mão beijada
A quem já ganha milhões
E milhões sem ganhar nada
Ser pobre não é defeito
E ser rico também não
Defeito é ver um pobre
E não lhe dar um tostão
Defeito é ver um pobre
E não lhe dar um tostão

Puta vida merda cagalhões
Porque será que tem que ser assim?
Os casebres e as mansões
Desigualdade sem ter fim

Puta vida merda cagalhões
Até parece que sou filho do azar
Pois até o Euro Milhões
Só merda me está a dar

Aquela Casa da Música
Que não tem nada no Porto
Um insulto a quem não tem
Um minuto de conforto
Um insulto a quem não tem
Um minuto de conforto
Os vintes e dois mil milhões
Todos sabem para onde vão
Para a Ota e TGV
E não vai sobrar tostão
Para a Ota e TGV
E não vai sobrar tostão

Puta vida merda cagalhões
Porque será que tem que ser assim?
Os casebres e as mansões
Desigualdade sem ter fim

Puta vida merda cagalhões
Até parece que sou filho do azar
Pois até o Euro Milhões
Só merda me está a dar
Categoria: Humor
Palavras-chave:
nel monteiro puta vida merda

terça-feira, 21 de julho de 2009

As frases que os seres humanos conseguem escrever...

«A inflação da vis teatralis à maneira das câmaras de ar, pode sugerir, a seu tempo, rutura de aneurismas impantes na assistência exaltável.
Já desalterando os próprios músculos acionadores dos ritos hiláres, chega-se a contraregrar o íntimo do espectador melancólico, fazendo-o evoluir do humor presságo à despreocupação salutar.»

«Carlos Leal visto por Celestino G. da Silva», in programa da Récita em Homenagem a Carlos Leal (Teatro Politeama, 04/06/1952)

correr com a música


Mas o que é que eles ouvem pelos headphones enquanto correm pelo estádio ou pelas estradas ao longo das praias? O que é que ouvem no walkman ou ipod ou nessa máquina sempre escondida donde saem dois fios que se encaixam nas orelhas? Ouvem música com o ritmo que querem que as pernas façam? Ouvem música calma para relaxar? Ouvem a sua banda favorita? Ouvem gravações com indicações do tipo "já correste 1km, já perdeste x calorias", "já correste 5km, já perdeste outras tantas calorias"?

E por que não conseguem correr sem os ouvidos tapados?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Colonialismo


Há quem diga que os homens vieram da África, que África é a nossa mãe.


Ora, em tempos de colónias veja-se o que a «intérprete da Canção Nacional» [sic] Helena Tavares afirmava, sobre a sua futura ida a África com a Companhia do Teatro Apolo:


«Julgo que a grande vontade que tenho em agradar me auxiliará bastante e que o povo africano irá gostar de mim, dos fados que lhe levarei e no seu sentimentalismo o ligarão mais à Mãe Pátria.»


«Helena Tavares: Uma voz do fado», in Vem aí a Companhia do Teatro Apolo, número único, Fevereiro de 1955


África. Qual mãe, qual carapuça! A pequenina África, sem cultura, sem história, sem nada que se aproveite, coitadinha, era, isso sim, a filha deste grande educador, tão grande e tão venturoso, tão fadista e tão fascista... Portugal!


Pff...


quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mário Dionísio 1916-1993

Hoje faria anos Mário Dionísio (16/7/1916 - 17/11/1993), poeta, contista, romancista, crítico de arte, professor, pedagogo, militante anti-fascista, pintor.
Há uns dias foi posto "no ar" o site da Associação Casa da Achada - Centro Mário Dionísio, que reune informação sobre a actividade do Centro e sobre a vida e a obra de MD: cronologias, fotografias, documentos, quadros... Espreitem-no.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

caro

caro
cora
roca
coar
açor
arco
ocar
orca

terça-feira, 7 de julho de 2009