segunda-feira, 19 de maio de 2014

quantos anos

Chegou a carcaça ao sul
e perguntou a um velho
quantos anos
quantos anos de vida
 
O velho soprou as velas
mantendo-se vivo
vivo com os pulmões vazios
prontos a encher de ar os fios

A sua imagem é fria
seca e fria de fomes passadas
todas satisfeitas por amigos e dois dedos
porque a mãe não teve leite
não teve, sei lá porquê

Ele ama a pulsação das oliveiras
quanto mais perto do mar melhor
não tem medo das ondas grandes
não tem
já ficou uma vez à espera num barco

Quando saía à caça e voltava
era regressar a casa depois de um protesto
desolação um pouco
cumprido o caminho
comprido

Depois precisava de um copo
e outro
e outro
e outro
a casa

Agora não tem fome que chegue a desejar o dia
espera o dia
e dorme malzote
dorme mal de noite


quarta-feira, 14 de maio de 2014

segunda-feira, 12 de maio de 2014

tão longe vénus...



tão longe a guerra...


Obscenidade é as esquadras não disporem de um dicionário à mão!

 

A faixa retirada da fachada da Casa Viva, sem aviso prévio, pela polícia e bombeiros (e, com jeitinho, ainda conseguiram partir um vidro).
Para a polícia, «é obscena».
Para a câmara, «falta licença».

Aqui uma notícia do sucedido.
Aqui o comunicado da Casa Viva.