Pároco quer corrigir engano que levou fiéis a adorar a santa errada
Nacional 2009-07-26 12:23
Não se sabe ao certo quando os fiéis começaram a chamar Senhora da Vinha à Senhora de Vinha, mas o pároco da freguesia da Areosa, em Viana do Castelo, quer acabar com o engano que os leva a adorar a santa errada.
“A Igreja defende a verdade, por isso, quero tirar os fiéis do engano”, diz, à Lusa, o padre João Cardoso, que está na paróquia de Areosa há 22 anos.
Com o tempo contado para a celebração de uma missa, o pároco explica que, mais do que uma questão de escrita ou de pronúncia, a troca do “e” pelo “a” faz com que “os fiéis adorem a santa errada”.
“É que a Senhora da Vinha está relacionada com a cultura do vinho, enquanto a nossa Senhora de Vinha vem do latim ‘ovinea’, que significa ovelhas, o que tem toda a razão de ser uma vez que, em tempos, esta região era toda ocupada por campos de pastorícia”, prosseguiu João Cardoso, já com a batina vestida para a celebração da eucaristia vespertina.
O pároco foi chamado à atenção para o engano por um professor de história, que de passagem pela freguesia vianense, lhe levou uma fotografia da pintura “Vierge à la Grappe”, da colecção de Luís XIV, exposta no Museu do Louvre, em Paris.
“Esse professor de História é que me mostrou que a imagem da padroeira nem sequer é a mesma, a Senhora da Vinha tem o menino ao colo e um cacho de uvas na mão, enquanto a Senhora de Vinha é uma pietá que segura o menino”, elucidou o eclesiástico, que incluiu as duas imagens no livrinho das festas da freguesia da Areosa, que se iniciam hoje, para comçear a elucidar os fiéis da paróquia.
A convicção de que a santa padroeira estava relacionado com o vinho levou, na última remodelação à capela de Areosa, a decorar o arco cruzeiro com uma videira carregada de cachos de uvas brancas e tintas.
Em conversa com a Lusa, o padre João Cardoso confessa que até a sua irmã, acreditando que a santa era padroeira da cultura do vinho, “sempre que tem uma boa colheita vem cá agradecer à Senhora da Vinha”.
O pároco está consciente que a missão de evangelizar sobre a designação correcta da padroeira não será tarefa fácil, mas, contrapôs, “tenho que esclarecer o povo para não continuar a andar enganado”.
“Não sei bem quando o erro começou, mas tenho a obrigação de o tentar corrigir até como sinal de respeito pelo passado desta freguesia, que foi a primeira a ser povoada, existindo vários achados que provam que este local acolheu, mesmo antes de Viana do Castelo, um povoamento que vivia da criação de gado”, acrescentou.
Por isso, está a fazer, em computador, panfletos que vai distribuir pelos devotos da freguesia a Norte de Viana do Castelo, aproveitando a concentração de pessoas nas festividades da freguesia.
Lusa / AO online
Nacional 2009-07-26 12:23
Não se sabe ao certo quando os fiéis começaram a chamar Senhora da Vinha à Senhora de Vinha, mas o pároco da freguesia da Areosa, em Viana do Castelo, quer acabar com o engano que os leva a adorar a santa errada.
“A Igreja defende a verdade, por isso, quero tirar os fiéis do engano”, diz, à Lusa, o padre João Cardoso, que está na paróquia de Areosa há 22 anos.
Com o tempo contado para a celebração de uma missa, o pároco explica que, mais do que uma questão de escrita ou de pronúncia, a troca do “e” pelo “a” faz com que “os fiéis adorem a santa errada”.
“É que a Senhora da Vinha está relacionada com a cultura do vinho, enquanto a nossa Senhora de Vinha vem do latim ‘ovinea’, que significa ovelhas, o que tem toda a razão de ser uma vez que, em tempos, esta região era toda ocupada por campos de pastorícia”, prosseguiu João Cardoso, já com a batina vestida para a celebração da eucaristia vespertina.
O pároco foi chamado à atenção para o engano por um professor de história, que de passagem pela freguesia vianense, lhe levou uma fotografia da pintura “Vierge à la Grappe”, da colecção de Luís XIV, exposta no Museu do Louvre, em Paris.
“Esse professor de História é que me mostrou que a imagem da padroeira nem sequer é a mesma, a Senhora da Vinha tem o menino ao colo e um cacho de uvas na mão, enquanto a Senhora de Vinha é uma pietá que segura o menino”, elucidou o eclesiástico, que incluiu as duas imagens no livrinho das festas da freguesia da Areosa, que se iniciam hoje, para comçear a elucidar os fiéis da paróquia.
A convicção de que a santa padroeira estava relacionado com o vinho levou, na última remodelação à capela de Areosa, a decorar o arco cruzeiro com uma videira carregada de cachos de uvas brancas e tintas.
Em conversa com a Lusa, o padre João Cardoso confessa que até a sua irmã, acreditando que a santa era padroeira da cultura do vinho, “sempre que tem uma boa colheita vem cá agradecer à Senhora da Vinha”.
O pároco está consciente que a missão de evangelizar sobre a designação correcta da padroeira não será tarefa fácil, mas, contrapôs, “tenho que esclarecer o povo para não continuar a andar enganado”.
“Não sei bem quando o erro começou, mas tenho a obrigação de o tentar corrigir até como sinal de respeito pelo passado desta freguesia, que foi a primeira a ser povoada, existindo vários achados que provam que este local acolheu, mesmo antes de Viana do Castelo, um povoamento que vivia da criação de gado”, acrescentou.
Por isso, está a fazer, em computador, panfletos que vai distribuir pelos devotos da freguesia a Norte de Viana do Castelo, aproveitando a concentração de pessoas nas festividades da freguesia.
Lusa / AO online
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