Os meus dedos são agulhas de lã na noite amarela do jardim sonhado.
Dão pontos ao rasgar dos beiços na palavra salgada,
pulsante.
Sou pessoa toda agora mas só mexo a língua.
Não fico,
não voo,
não olho nem rio,
só espalho.
Os meus dedos no baloiço são agulhas de lã num jardim
sonhado.
O músculo não vejo, tresvejo.
Uma chaleira pressionada a transformar o assobio,
um cesto cheio de lixo.
Marta Raposo
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