Ora dá cá um
Ora dá cá um
e depois dá outro
Dá cá três patrões
que só dois é pouco
Ai, eu gosto tanto
de fazer biscates
Pôr o meu corpinho
nos escaparates
Ora dá cá um
e depois dá outro
Passa três recibos
que só dois é pouco
Ai, eu gosto tanto
de trabalhar
e de não ter tempo
para descansar
Ora faz lá um
e depois faz outro
É melhor três estágios
que só dois é pouco
Ai, eu gosto tanto
da minha empresa
Trabalho à borla
com delicadeza
Ora dá cá uma
e depois dá outra
Dá três horas extra
não abras a boca
Ai, eu gosto tanto
de ser explorado
De dar o couro
e ter quarto alugado
terça-feira, 29 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
a escrita
De aorcdo com uma peqsiusa
de uma uinrvesriddae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem as
Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que
a piremria e útmlia Lteras etejasm
no lgaur crteo. O rseto pdoe ser
uma bçguana ttaol, que vcoê
anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos
cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo.
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GOQU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4RB3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!
de uma uinrvesriddae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem as
Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que
a piremria e útmlia Lteras etejasm
no lgaur crteo. O rseto pdoe ser
uma bçguana ttaol, que vcoê
anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos
cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo.
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quinta-feira, 17 de abril de 2008
Segunda Audiência do Tribunal do Iraque
Segunda Audiência do Tribunal-Iraque
(Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque)
Lisboa, 18 Abril, 21:30h, na Casa do Alentejo
Entrada livre
Assinalando os cinco anos da invasão do Iraque vai realizar-se uma nova Audiência do Tribunal-Iraque (Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque).
Tal como na 1.ª Audiência realizada em Lisboa em Março 2005, o objectivo é proceder a uma avaliação dos cinco anos de ocupação no duplo aspecto,
(i) das responsabilidades dos autores da agressão (os EUA e o Reino Unido) e
(ii) da cumplicidade das autoridades portuguesas.
Esta avaliação terá a forma de uma Acusação, cuja formulação está a cargo do Dr Eduardo Maia Costa, juiz do Supremo Tribunal de Justiça. De novo, pretende reunir-se o grupo de Jurados que integrou a 1.ª Audiência ao qual será apresentada esta Acusação e uma proposta de resolução. A Acusação, cuja versão definitiva será divulgada na sessão, debruça-se sobre as violações do direito, os crimes cometidos pelos ocupantes, a onda de restrição das garantias individuais que irradia dos EUA a pretexto da luta «antiterrorista», as prisões secretas e os voos da CIA, a resistência iraquiana.
A Audiência, com entrada livre, terá lugar em Lisboa, na Casa do Alentejo, no dia 18 de Abril, entre as 21h30 e as 24h, com a seguinte sequência de trabalhos:
. Apresentação da Acusação pelo Dr Eduardo Maia Costa;
. Testemunho da iraquiana Dra Eman Khamas, refugiada em Espanha, sobre a situação no Iraque;
. Testemunho do Dr Carlos Varea, coordenador do CEOSI – Campanha de Estado contra a Ocupação e pela Soberania do Iraque, Espanha, sobre as necessidades de apoio humanitário e as iniciativas da CEOSI;
. Testemunho do Tribunal-Iraque sobre a cumplicidade das autoridades portuguesas;
. Deliberação dos Jurados.
Contamos com a sua presença e o seu apoio.
A Comissão Organizadora do Tribunal-Iraque
Amílcar Sequeira, António Alves, Berta Macias, Cristina Meneses, Eduardo Maia Costa, Guadalupe Margarido, Helena Nascimento, João Mário Mascarenhas, José Mário Branco, Júlio Moreira, Manuel Monteiro, Manuel Raposo, Mário Tomé, Paulo Esperança.
(Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque)
Lisboa, 18 Abril, 21:30h, na Casa do Alentejo
Entrada livre
Assinalando os cinco anos da invasão do Iraque vai realizar-se uma nova Audiência do Tribunal-Iraque (Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque).
Tal como na 1.ª Audiência realizada em Lisboa em Março 2005, o objectivo é proceder a uma avaliação dos cinco anos de ocupação no duplo aspecto,
(i) das responsabilidades dos autores da agressão (os EUA e o Reino Unido) e
(ii) da cumplicidade das autoridades portuguesas.
Esta avaliação terá a forma de uma Acusação, cuja formulação está a cargo do Dr Eduardo Maia Costa, juiz do Supremo Tribunal de Justiça. De novo, pretende reunir-se o grupo de Jurados que integrou a 1.ª Audiência ao qual será apresentada esta Acusação e uma proposta de resolução. A Acusação, cuja versão definitiva será divulgada na sessão, debruça-se sobre as violações do direito, os crimes cometidos pelos ocupantes, a onda de restrição das garantias individuais que irradia dos EUA a pretexto da luta «antiterrorista», as prisões secretas e os voos da CIA, a resistência iraquiana.
A Audiência, com entrada livre, terá lugar em Lisboa, na Casa do Alentejo, no dia 18 de Abril, entre as 21h30 e as 24h, com a seguinte sequência de trabalhos:
. Apresentação da Acusação pelo Dr Eduardo Maia Costa;
. Testemunho da iraquiana Dra Eman Khamas, refugiada em Espanha, sobre a situação no Iraque;
. Testemunho do Dr Carlos Varea, coordenador do CEOSI – Campanha de Estado contra a Ocupação e pela Soberania do Iraque, Espanha, sobre as necessidades de apoio humanitário e as iniciativas da CEOSI;
. Testemunho do Tribunal-Iraque sobre a cumplicidade das autoridades portuguesas;
. Deliberação dos Jurados.
Contamos com a sua presença e o seu apoio.
A Comissão Organizadora do Tribunal-Iraque
Amílcar Sequeira, António Alves, Berta Macias, Cristina Meneses, Eduardo Maia Costa, Guadalupe Margarido, Helena Nascimento, João Mário Mascarenhas, José Mário Branco, Júlio Moreira, Manuel Monteiro, Manuel Raposo, Mário Tomé, Paulo Esperança.
terça-feira, 15 de abril de 2008
memórias do eixo norte/sul
a avó do mundo
nasceu ao lado do mar
nasceu criança e neta dalguém
com o rebentar das ondas
a marulhar-lhe nos ouvidos
sempre
o contínuo ruído efeverscente
das águas que repetem
e encharcam rochas e areia
chamuscadas pelo sol
e no inverno e outono e primavera
o mar sempre lá ao lado
sempre nos ouvidos
sem ser preciso búzio
sempre esse murmúrio
e quando essa terra acabou
e a avó veio para a nossa casa
à beira da circunvalação
louca, dizia:
o que vale é que continuo
a ouvir o mar
nasceu ao lado do mar
nasceu criança e neta dalguém
com o rebentar das ondas
a marulhar-lhe nos ouvidos
sempre
o contínuo ruído efeverscente
das águas que repetem
e encharcam rochas e areia
chamuscadas pelo sol
e no inverno e outono e primavera
o mar sempre lá ao lado
sempre nos ouvidos
sem ser preciso búzio
sempre esse murmúrio
e quando essa terra acabou
e a avó veio para a nossa casa
à beira da circunvalação
louca, dizia:
o que vale é que continuo
a ouvir o mar
segunda-feira, 14 de abril de 2008
cinco e dezasseis
Podia ter sido de outra maneira.
Podia ter ido por ali mas foi por aqui.
E então agora também pode ir por ali ou por aqui
Depende.
Depende de quê?
Podia ter ido por ali mas foi por aqui.
E então agora também pode ir por ali ou por aqui
Depende.
Depende de quê?
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Sala
dentro da arrecadação
um lápis
um grito
fechei a porta
tem de ser duma maneira
diferente
a grade
as estalactites
os miúdos
autoridade
não é força
força não é
colapso
colapso é
violência
o estrado
o teorema
para a rua
um grito
fechei a porta
a grade aberta
- a rua
um lápis
um grito
fechei a porta
tem de ser duma maneira
diferente
a grade
as estalactites
os miúdos
autoridade
não é força
força não é
colapso
colapso é
violência
o estrado
o teorema
para a rua
um grito
fechei a porta
a grade aberta
- a rua
zig e zig e zag
dançam os esqueletos
nas teias de aranha
dançam os esqueletos
cantam os morcegos
abrem os caixões
ninguém os apanha
desprendem-se os dedos
quebram-se as ossadas
dançam os esqueletos
dançam na penumbra
riem-se os escárnios
rolam as cabeças
se não têm sangue
rasgam as cortinas
se não têm par
partem candelabros
há véus há dores
há voos há coisas no ar
há tumbas mortalhas
há pó pás há panos rasgados
há sombras de
sombras de
sombras de sombras
há pedras frias
e quentes infernos
esqueletos antigos
esqueletos modernos
nas teias de aranha
dançam os esqueletos
cantam os morcegos
abrem os caixões
ninguém os apanha
desprendem-se os dedos
quebram-se as ossadas
dançam os esqueletos
dançam na penumbra
riem-se os escárnios
rolam as cabeças
se não têm sangue
rasgam as cortinas
se não têm par
partem candelabros
há véus há dores
há voos há coisas no ar
há tumbas mortalhas
há pó pás há panos rasgados
há sombras de
sombras de
sombras de sombras
há pedras frias
e quentes infernos
esqueletos antigos
esqueletos modernos
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