#
inimigos os cemitérios que fecham
às seis de todos aqueles que receiam não ser anónimos nestas ruas mas que
desejam tanto como os outros sentir na pele e nas sinapses este calor seco de
derreter dedos nos dedos com esta luz acásica mágica
para poder a escrita estar aqui
é preciso ser-se anónimo
é preciso ser-se adolescente
para ser-se anónimo
- O teu tempo já
passou
- O teu sorriso
passou agora
ser-se louco ser-se louco
ser-se louco é outra hipótese
##
de repente a rua
era minha como
dantes
mas eu estava
excitada demais com
essa surpresa
não conseguia estar toda cá
percebi o lado
autodestrutivo
de agora e de antes
dedos nos dedos com
o mais intenso
prazer
talvez ganhe forças para ir comer
quando o sol se puser
no horizonte que não vejo
(só clarões atrás de prédios)
mas onde?
o quê?
###
não saber parar
não saber não
re-levantar
ter medo dos outros
raiva dos sons
falta de equilíbrio
sufocar
imobilizar
por dentro explodir
- e não sou a única
que mundo estúpido
como está.
Sem comentários:
Enviar um comentário