segunda-feira, 2 de setembro de 2013

é possível assim se chama

montes
montes de tonta na rua que ameaça
nas escadas que caem
nos passos que perseguem
nos atropelistas que rugem
etecetera

poesia drogada
na cabeça uma selva

cheira a apartamento na linha
a sopa dabóbora da estação de são pedro por cima do sous-plat verde-plástico
apanhada pela pesada de metal e grande
colher no dente renitente
a meio molar

o lilixir
patas de terra
olhos de veado
cor de jardim
pronta terra
curiosos veados
desarrumado jardim

segundo o andamento
o que fica frito
dá-me pena
pra eu escrever
o que fica frito
dá-me fome
pra eu comer
na mesma panela
azeite a ferver

mais
o ai se ti dá um pão ao ovo o queijo pede o ovo à codorniz

oolismo
naquela altura da putrefacção em que tudo já sabe a álcool
- isso e beber perfume

covo
desencasca-lhe a tosse
e arregamela-lhe a membrana

(o gato comeu-me a língua)

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