Porque quando tu te ris, ris-te toda. E acho isso tão belo. Porque eu já não sou assim. Sou cínica, amarga, céptica, ácida, crua, fria, dura, azeda, desalentada, sarcástica e corroo. Destilo ódio ou desilusão.
Nos panelões da tinta vermelho-escura de carne viva me mergulharam. Voltei à superfície da terra ainda pingante e fumegante e com a goela aberta em grito de münch.
Bateram-me as carnes com o martelo de ferro das cozinhas sobre tábua de madeira, outras vezes.
E tu pareces saber de tudo isso que há no mundo e mesmo assim continuas a saber resplandecer. E olhas para as coisas nos olhos das coisas. Eu já não foco.
A tinta de carne viva é agora crosta e a carne viva é agora fóssil. O que ainda vive em mim está muito mais para dentro. E inatingível. Já não posso falar com a minha carne viva. Nem tu.
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