Voltei a ver o nosso querido Cavaco
a declarar sobre as suas dificuldades
para pagar as suas despesas.
Aquele homem, aquele monstro,
que me aparece à frente desde que nasci, sem eu nunca ter pedido,
com aquela voz,
aquela deficiência na fala
(e de certeza que chegou a ter aulas de dicção entre os anos 80 e os 2010)...
Voltei a vê-lo a falar com os jornalistas,
a dizer coisas que nos chocam,
inventar que é igual a quem não tem dinheiro,
que está na mesma situação
que o moço que agora serve a gasolina em Santa Comba Dão
- ai, enganei-me! - em Boliqueime!
Mas vejamos com atenção
- e tentemos abstrair-nos um pouco
do Rio ao lado que quase não consegue conter o ataque de riso ao ouvir tamanhas mentiras
(ele, o principal aprendiz de mentiras e do descaramento) -
e percebemos
que o Cavaco queria era pôr a tónica sobre isto:
«eu poupei».
Eu poupei, tenho poupanças, vivi como o Salazar me ensinou.
Vocês estão na merda porque não souberam poupar.
Eu e a minha Maria sempre pusemos de lado,
as minhas escrivaninhas são povoadas de porcos mealheiros,
os meus aparadores, os meus psichés,
até a fonte que tenho no jardim lá tem um porco mealheiro sorridente.
Mas quem pode poupar?
Quem pode poupar é porque não anda a contar.
Vai mas é comer bolo-rei, ó bacalhau seco.
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