quinta-feira, 3 de novembro de 2011

poema para o desenho vinte e três de vinte e três desenhos e um fragmento de MD

alentejano o nariz de vinho vermelho
o vinho vermelho no nariz do alentejano
o barrete de ribatejano no alentejano
o capote alentejano no do barrete ribatejano
o cajado e o capote e o nariz vermelho
a gravata e as botas e os olhos pegados
tortos a ver só o vinho à frente
sem profundidade nem perspectiva
que as pessoas do campo e do alentejo
são tristes de vinho e têm pouco pra pensar
só na morte da bezerra branca de ontem
e nada de cooperativas que eu ainda sou miúdo
e ainda vivemos na ditadura e o povinho
ainda é alentejano de nariz de vinho
com barrete de ribatejano eh toiro
lá nos campos as pessoas são todas assim

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