quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Poema Antigo

dorsal magenta
pesadas e de ferro maceram os ligamentos
já não se vê a ponta do fio
o novelo que seguro é do tamanho do mundo
esconde o olho a alface...
há incríveis sensações
romperam-me os pés
línguas de camaleão
sempre nunca mais deito
continuas a rir-te de costas para o outro lado
aceso como pinheiros
faço que sei que sossego
a caluda
houve gotas roxas na cascata da cozinha
vai ela a passar outra vez
ódio, nojo, demónio
cuspo, raiva, aspirador
sola do sapato contigo
o azul lá lá lá continua
seca o que salga água tépida
às escuras mastros cinzentos e farol preto
mas uma vez um dia amanhã
secura dos lábios-chumbo
porcas soltas cabeça cheia
ainda a ranger
com veneno, com cicuta, com x-acto
e pelo beiço
antes e depois já não são tempos
os risquinhos do traço impossíveis ganharam
nuvem

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