terça-feira, 18 de janeiro de 2011

poema para o desenho treze de vinte e três desenhos e um fragmento de MD

a pequena língua da liguareira que ouve à janela e fala à escada
a grande língua afiada da lambareira
que ouve à escada e fala à janela
torce e retorce e trava e destrava o volume da voz
bate nos dentes e desliza pronta para a curva
atrasa e avança faz mil movimentos ao segundo
e ao longo do dia vai roubando o baton aos lábios
até que lhe chegam aos ouvidos certos impropérios
sobre a sua língua e a sua língua
incha, incha, incha de tanto não poder responder
incha, incha, incha de tanto não poder dançar
e já não cabe na boca
e a linguareira morde a língua

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