à Maria Letícia
chapelinho de quadrados
de vagar pela rua frenética
com uma fímbria de sol no laço
e uma saudade solta
desce um ar de natal sobre os passeios
sobre as pessoas sobre os carros
e um olhar sem palavras que flutua
põe-se a dizer de manso
antigamente
sinto surpreso que há momentos
em que as próprias rugas sabem bem
a ao nosso lado
numa alegria de cabelos soltos
o passado e o futuro correm de mãos dadas
MÁRIO DIONÍSIO, in O riso dissonante
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