quarta-feira, 3 de novembro de 2010

poema para o desenho nove de vinte e três desenhos e um fragmento de MD

O Senhor Oldado de arma na mão
mochila na espalda com qualquer provisão
um cobertor, um mata-borrão
um mata-formigas, carne p'ra canhão
O Senhor Oldado na sua primeira lição
aprendeu a esticar-se como o cano que traz na mão
aprendeu um pouco da linguagem de cão
e manteve os olhos azuis iguais aos do irmão
O Senhor Oldado olha só numa direcção
é só uma farda sem coração
é só uma peça, um pedaço de pão
e engole à pressa o arroz e o grão
O Senhor Oldado não põe os olhos no chão
só quando fala com o capitão
e quando sobe os degraus da estação
para ir colono-democratizar o Africanistão

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