a caricatura do macaquinho de imitação
que pula aos saltos na mão da marquesa portuguesa
o macaquinho que repete a lição
do sistema nervoso dos macacos domesticados
a caricatura que pôs o macaco homem
e as fitas de cinema carros de linhas
e o meu amor por ti macacos do nariz
terça-feira, 31 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
karoshi suicide salaryman
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
poema para o desenho três de vinte e três desenhos e um fragmento de MD
o senhor Salgueiro
e o seu ponteiro
ponteaguuuuuuudo
o senhor doutor
tem muito amor
pela sua avóóóóóóó
perdeu a bacia
quando corria
pró electriiiiiiiiiico
só tem perfil
homem senil
não dá um beeeeerro
agulha pica
quem não dita
a tabuaaaaaaada
e o seu ponteiro
ponteaguuuuuuudo
o senhor doutor
tem muito amor
pela sua avóóóóóóó
perdeu a bacia
quando corria
pró electriiiiiiiiiico
só tem perfil
homem senil
não dá um beeeeerro
agulha pica
quem não dita
a tabuaaaaaaada
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Beijo de Rodin
Os dedos entre os cabelos
precipitação estremecedora de desejo
e as pontas deitam gotas de melaço.
Apertam-se as pestanas
respira-se perto o cheiro
e quando parece imparável a marcha
quando já fazemos parte dos grãos de areia
do fundo do mar
e dos magmas ardentes do centro da terra
quando já os deuses e ninfas
pairam à volta dos imans que emanam
cantando que tudo é bom e belo
que nunca existiu o pecado cristão,
um fio de razão
consegue esgueirar-se.
Entreabrem-se as pestanas
e os olhos que se vêem
avisam e querem
puxam e repelem
beijam e fogem.
O fio engrossa, os peitos ganham distância
e esta frase:
Se noutro dia
E acorda-se com o sabor da verdade na boca.
E o corpo cheio de mel.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
poema para o desenho dois de vinte e três desenhos e um fragmento de MD
o mais terrível dos manuéis
tinha um barco no mar
para andar aos anéis
nada de cores garridas
em tábuas de madeira
e remos de pás compridas
só a cor do sangue dos outros
e a cruz das chagas obscuras
mais moderno que mofo
a caravela o mar agitava
direito por linhas tortas
a corda o mastro compassava
queria o mundo para si
queria a terra em guerra
e um pelouro no Mali
tinha um barco no mar
para andar aos anéis
nada de cores garridas
em tábuas de madeira
e remos de pás compridas
só a cor do sangue dos outros
e a cruz das chagas obscuras
mais moderno que mofo
a caravela o mar agitava
direito por linhas tortas
a corda o mastro compassava
queria o mundo para si
queria a terra em guerra
e um pelouro no Mali
poema para o desenho um de vinte e três desenhos e um fragmento de MD
abracadabra o porteiro
dá livre entrada ao álbum tapado
dobradiça marionete
o dedo aponta imporante
entre
a cara quadrada
o nariz de vinho
a roupa que farda a portagem
a entrada tem portão
mas o patrão é do povo
é jardim de animais
ou revista de família
o autor das peças fadado para a talha
o porteiro abracadabra
assinala a entrada
agradecia que evitassem de bater com a porta
dá livre entrada ao álbum tapado
dobradiça marionete
o dedo aponta imporante
entre
a cara quadrada
o nariz de vinho
a roupa que farda a portagem
a entrada tem portão
mas o patrão é do povo
é jardim de animais
ou revista de família
o autor das peças fadado para a talha
o porteiro abracadabra
assinala a entrada
agradecia que evitassem de bater com a porta
terça-feira, 17 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Soneto
de Carlos de Oliveira
Mãe Pobre, 1945
Acusam-me de mágoa e desalento,
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.
Hei-de cantar-vos a beleza um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.
Entretanto, deixai que me não cale:
até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.
A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a própria dor perscruta,
maior glória tem em ter esperança.
imagem do filme "Zéro de conduite", de Jean Vigo
Mãe Pobre, 1945
Acusam-me de mágoa e desalento,
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.
Hei-de cantar-vos a beleza um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.
Entretanto, deixai que me não cale:
até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.
A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a própria dor perscruta,
maior glória tem em ter esperança.
imagem do filme "Zéro de conduite", de Jean Vigo
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