Rio largo de profundis
mar do Nilo a transbordar
chaga ferida em sangue
tão cedo não vai sarar
Das escarpas afiadas
saem uivos de agonia
mas os que sofrem mais
são os que têm afonia
Sem saber gritar errar
embrulham o desespero
sabem limpar o cantinho
não usam o verbo quero
Choram mágoas de arrepios
cospem pisam e recalcam
e respiram sós no mundo
sem saber por onde galgam
Fecham pesados os olhos
de cansaço ao fim do dia
almejam esquecer os horrores
dos uivos de agonia
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
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1 comentário:
"isto canta-se!", diz a pedra
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