terça-feira, 30 de junho de 2009

Samorost 1 e 2 e apêndices


Ir aqui e clicar (em cima à direita) em «FLASH GAMES».
São muito engraçados os desenhos. Os jogos têm piada, sobretudo os Samorosts. São... deliciosos. São jogos de descobrir coisas a clicar na imagem. Umas vezes com mais raciocínio, outras com menos. Belas animações. Sei lá que mais diga.
Se eu soubesse desenhar, e fazer animações e coisas em computador e sei lá o quê... Ó amigos que sabem mais dessas coisas, façam coisas assim! Vá lááááá...
As animações (para lá dos jogos) é que ainda não vi. Vou ver!
Ah, e tudo tem de ser com som, senão a piada fica pela metade.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

caso

caso
soca
asco
coas
ocas
aços
cosa
caos
saco

terça-feira, 23 de junho de 2009

Desarrumação


A desarrumação é Dada.
Tem bicos, tem cores, tem rugosidades diferentes umas das outras. Tem palavras e tem sons. Tem instrumentos de muitos tipos, tem zumbidos e vozes de vários animais. A desarrumação é ruidosa.
Tem o que caíu e o que se colocou. O que lá está pela beleza e o que lá está porque se jantou. O tambor ao lado da estante, a estante ao lado do copo, o copo ao lado da camisola, a camisola ao lado do prego, o prego ao lado da cama, a cama ao lado do globo, o globo ao lado do sono, o sono ao lado da tesoura. A tesoura dentro da canção. O cartão do maço a fazer de filtro de cigarro, o dinheiro dentro do Capital, o bilhete picado colado na porta.
A desarrumação fala. Nunca está calada.
A desarrumação tem falta de amnésia.
A desarrumação tem bicos. Tem madeira, tem papel, tem alumínio; tem quadrados, tem esferas, tem bolsas de ar; brinquedos, talheres, sapatos, peças, fragmentos, Tem livros inteiros e cascas de banana que apodrecem rodeadas de moscas-moscatel.
A desarrumação é um espaço vivido. Há pequenas clareiras para pôr cada pé. Pode encher-nos a cabeça com coisas a mais. Pode sufocar-nos. Ou pode fazer sentir-nos em casa. Exactamente na nossa sala.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

cachimbo (a pensar no do Mário Dionísio)


sabe mal
e a paz fuma-se
(ele mais do que ela)

o escritor desenha
agora é por isso que escreve
não é pela injustiça

vamos pôr sem imagem
lápis de cera e colagem
e as nuvens subindo a parede

sabe mal e rimo-nos
e a paz debate-se
com outra guerra

desenha o escritor
não pinta
não sabe nada da tinta

inclina o que arde
o tabaco sim, o papel não
só ficaram os livros

cinzentos - nas telas
ele sabe
do conflito da unidade

o mundo numa pincelada
todo
todo dissonante

domingo, 14 de junho de 2009

poema para a mulher que trabalha de sol a sol

Trabalho o sol traz
e o sol to leva
essa carga
não leves

A enxada é carga
mulher tu não podes
esse peso
não pedes

Pesa-te o trabalho
a carga que levas
mulher
não caves

A enxada pára
mulher não é leve
a ela
não cedas

Noutra arma pega
mulher é mais leve
com ela
fere

Essa arma leva
mulher o seu peso
nega
o medo

Fiama Hasse Pais Brandão, Barcas Novas

terça-feira, 9 de junho de 2009

última hora! menina pires atribui culpas ao sistema


tá com anomalias
mas é normal
deve ser do sistema

a excepção e a regra


ingénuas estrelas são pedras que o estado manda calcetar
que eles mandam contra a polícia
a excepção é a regra - a regressão
despolícia não basta então
é política a pedra que a minha mão - a deles - atira
saberá a gente da revolta inteligente?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Bancos e bancos

Há bancos e bancos
há bancos de sentar
e há bancos de depositar
há bancos de madeira
e bancos de oiro
há bancos e bancos,
há bancos e bancos.
Há bancos de três pernas
e bancos a quatro mãos
há bancos para rabos
e bancos para roubos
bancos para descansar
bancos para descascar.
Há bancos e bancos
pretos e brancos
há bancos de sentar
e há bancos de levantar
há bancos seguros
e bancos de juros
há bancos das pessoas
e bancos contra nós.

segunda-feira, 1 de junho de 2009