segunda-feira, 2 de junho de 2008

Marquês de Sade, A filosofia na alcova


Um juramento deve ter iguais efeitos para todos os indivíduos que o pronunciam; é impossível que ele possa vincular aquele que nenhum interesse tem em vincular-se a ele, porque então deixaria de ser um pacto de um povo livre: passaria a ser a arma do forte contra o fraco, contra o qual este deveria incessantemente revoltar-se; ora é isso que acontece com o juramento do respeito pela propriedade, agora exigido pela nação; é o rico quem vincula o pobre, só o rico tem interesse no juramento que o pobre com tanta inconsideração pronuncia, sem ver que, mediante esse juramento, extorquido à sua boa fé, se compromete a fazer uma coisa que em seu favor ninguém poderia fazer.

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