terça-feira, 26 de julho de 2011

Julho

As paredes têm olhos
as árvores têm olhos
as pedras da calçada
as luzes
os sons têm olhos
os écrãs têm imans
o peito tem quebras
a garganta tem pedras
os amigos têm bombas

As rugas das paredes têm beijos
as folhas das árvores têm beijos
a cair nas pedras da calçada
os raios das luzes
certos sons têm beijos

As sirenes têm medo
as gargalhadas têm medo
os zumbidos
os joelhos
as malas têm medo

O corpo prende
o ritmo estrangula
a cabeça ameaça
a palavra corta a garganta

o orgulho passa

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