quinta-feira, 16 de setembro de 2010

poema para o desenho sete de vinte e três desenhos e um fragmento de MD

a senhora do cabelo às ondas
e o senhor do nariz comprido
estacaram frente a frente
ela ia dar uma palavra à costureira
ele ia pôr em ordem o escritório
e por isso eu acho que já se conheciam há muito tempo

mas naquele dia ao cruzarem-se
as pupilas dos quatro olhos fixaram-se umas nas outras
e o senhor parecia que tinha
deixado de ser mentiroso
e a senhora parecia que tinha
entrado a bordo de uma nave do tempo
e já não se sabia se estava no passado, no presente
ou no futuro

ficaram assim
como estátuas de jardim
durante um monte de segundos eternos
até que o nariz comprido começou a arder
por causa do cachimbo

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