dedos amarelos em pianos de mofo
um concurso antigo com mais de cem anos
competindo por um lugar no céu das teclas
e os comissários aplaudem
será que não ouvem neste aeroporto de artes paralíticas
os crimes do ministro das oitavas?
deslocados como populações da lava
para regiões submetidas à vontade de dois tiranos
os dedos são barrocos primeiro
depois Haydn cavado na convenção
segue-se o estudo da revolução
mas não se vêem os ouvidos
nos olhos do júri
que recebeu um tanto para ser justo
serei eu surdo às músicas bárbaras?
nem uma cócega do trilo pesadão
e se uma russa me desvia a atenção
faz no momento o mesmo santo - esse trabalho
que é o contrário da livre produção
e o doce encanto dos especialistas da morte
matados consecutivamente em esperas pagas
- estes advérbios são como os guarda-costas -
embeleza tudo quando a luz desaparece
e ela vai-se já não há razão para isto
desancar sobreposto - o piano cai
em cima do ministro
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário