Sempre fui um operário
Sempre fui um operário
Em duas profissões
Mas nunca fui lacaio
Para mestres e patrões
Trinta anos de censura
Vinte de caixas sindicais
Quarenta anos de ditadura
Ena porra que é demais
Primeiro de Maio ganhámos
Para bem de quem trabalha
Tantos anos lutámos
P’ra vencer esta batalha
Sou pobre mas sou honesto
Nunca trabalhei a roubar
Há quem diga que não presto
Por não saber engraxar
Muita gente passou mal
Actualmente se esqueceu
Que havia um Tarrafal
E boa gente lá morreu
Sempre fui um operário
Agora deixei de ser
Hoje não tenho horário
Nem patrão para obedecer
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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