Letra: Alexandre O'Neill
Música: Sérgio Godinho
Coro: Madalena Leal, Sheila Charlesworth
Intérprete: Zita Duarte
Esta
música aparece no lado B de um single 45 rpm lançado em 1977 e faz
parte da banda sonora do filme de Fernando Lopes estreado em 1978, Nós
Por Cá Todos Bem
Coro das Criadas de Servir
Ela esfregava a perna com o pé
Descalça, entre cabra e amora
Mentira, mentira
Agora é recoveira de uns senhores
Verdade, verdade...
Vai à praça, vai à praça, vai à praça
Mas no asfalto deixa o salto alto...
Ela guardava domingos e dias santos
Entre pais e irmãos
Mentira, mentira
Agora o seu cinema tem outras cores
Verdade, verdade...
Vai à praça, vai à praça, vai à praça
Mas no asfalto deixa o salto alto...
Ela era virgem e não consentia manejos
Entre medo e desejo
Mentira, mentira
Agora já conhece a técnica do beijo
Verdade, verdade...
Vai à praça, vai à praça, vai à praça
Mas no asfalto deixa o salto alto...
Ela sachava, ela lavrava, ela mondava
Por conta dos honrados dos pais
Mentira, mentira
Agora é serviçal, para todo o serviço
Verdade, verdade...
Vai à praça, vai à praça, vai à praça
Mas no asfalto deixa o salto alto...
Ela foi metida num comboio correio
E veio rapariga para casa de um doutor
Mentira, mentira
Agora corre e espreita, quando ouve um motor
Verdade, verdade...
Vai à praça, vai à praça, vai à praça
Mas no asfalto deixa o salto alto...
Ela dormiu singelo, sob a imagem protectora
De Maria Goretti, a santinha
Mentira, mentira
Agora, é da Parede, um rapagão a serve
Verdade, verdade...
Vai à praça, vai à praça, vai à praça
Mas no asfalto deixa o salto alto...
Ela bem podia ter sido se quisesse, puta
E até puta de classe
Mentira, mentira
Mas na luta de classes, deu-lhe para ser criada
Verdade, verdade...
Vai à praça, vai à praça, vai à praça
Mas no asfalto deixa o salto alto...