Programa que passou na noite de 24 de Abril de 2012 na Zona Franca (Bartô, Lisboa), com locução de Diana Dionísio.
A primeira parte é um conjunto de sugestões de músicas-de-sair-prá-rua, escolhidas por várias pessoas: Antonino Solmer, Daniela Gama, Diana Póvoas, João Rodrigues, Marta Raposo, Miguel Castro Caldas, Pedro Rodrigues, Pedro Soares, Regina Guimarães, Smith, Susana Baeta e Youri Paiva.
A segunda parte (que começa aos 1:01:17) é dedicada ao projecto es.col.a da Fontinha, então desalojado, entretanto reocupado no dia seguinte (25 de Abril), e novamente despejado.
Sai prá rua!
:: Os volumes não estão nivelados :: Em breve haverá uma nova versão com os volumes mais iguais uns aos outros ::
quinta-feira, 26 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Já não dá
Já não dá para aguentar
à beira do abismo
a temer a recear
que agora mesmo haja um sismo
fartos de viver
sobreviver a suspirar
não de alívio ou de encanto mas de pranto
de estar ao canto
de falar esperanto para paredes
de querer falar e não ter voz
de ter pernas que não correm
parecer que mesmo a lutar os sonhos morrem
não querer pensar
um minuto sem pensar
um minuto um minuto
mas eu não posso não pensar
não dizer
para dentro para fora
o que me revolta
o que agonia
que dá azia
porque se tu andas a foder tudo
como se não houvesse amanhã
eu ando a masturbar-me
como se não houvesse amanhã
a tentar inventar prazer na vida
viver uma vida vivida
que não seja só trabalho e comida
que seja transformada
que tenha palavra cantada
pintada
subversiva e divergente
palavras de gente
que se pintem às cores
com pincéis dos mais gordos
no meio das ruas no meio das vidas
nos prédios nos correios
nas entradas e saídas
que tem que haver
que temos de pintar e escancarar pr' acontecer
já não dá para acreditar
que não há nada a fazer
à beira do abismo
a temer a recear
que agora mesmo haja um sismo
fartos de viver
sobreviver a suspirar
não de alívio ou de encanto mas de pranto
de estar ao canto
de falar esperanto para paredes
de querer falar e não ter voz
de ter pernas que não correm
parecer que mesmo a lutar os sonhos morrem
não querer pensar
um minuto sem pensar
um minuto um minuto
mas eu não posso não pensar
não dizer
para dentro para fora
o que me revolta
o que agonia
que dá azia
porque se tu andas a foder tudo
como se não houvesse amanhã
eu ando a masturbar-me
como se não houvesse amanhã
a tentar inventar prazer na vida
viver uma vida vivida
que não seja só trabalho e comida
que seja transformada
que tenha palavra cantada
pintada
subversiva e divergente
palavras de gente
que se pintem às cores
com pincéis dos mais gordos
no meio das ruas no meio das vidas
nos prédios nos correios
nas entradas e saídas
que tem que haver
que temos de pintar e escancarar pr' acontecer
já não dá para acreditar
que não há nada a fazer
sexta-feira, 13 de abril de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Solo
tu deixa-me fazer esta linha melo-melódica por mim
tu deixa-me
inventar os meus trinados
seguir em frente ou para o lado e bater
com as teclas na corda
com a cabeça nas paredes
deixa-me ranger
agora sou eu
e não tens de me ouvir
ninguém tem de me ouvir
só tenho de tocar de tocar de me tocar tocar
nas coisas na lama nas rugas feias
dos poços malcheirosos
nos gritos escuros dos estrangulados nos canais
da miséria dos polícias do desespero
da não-solução
da prisão do entulho da faca com sumo de limão
peixe a rolar sobre si próprio
a morder anzóis sem os olhar bem
este peixe no torvelinho
feio a ganir
legume d'água a escarnar
tragédia de cabelos de cobras a gritar-se ao espelho
camisa de forças de cordelinhos desatados
ventos
guinadas
dilúvios
alhos e vinagres
e depois talvez silêncio talvez
ou a orquestra toda a voltar a juntar-se
ó ilusão
tu deixa-me
inventar os meus trinados
seguir em frente ou para o lado e bater
com as teclas na corda
com a cabeça nas paredes
deixa-me ranger
agora sou eu
e não tens de me ouvir
ninguém tem de me ouvir
só tenho de tocar de tocar de me tocar tocar
nas coisas na lama nas rugas feias
dos poços malcheirosos
nos gritos escuros dos estrangulados nos canais
da miséria dos polícias do desespero
da não-solução
da prisão do entulho da faca com sumo de limão
peixe a rolar sobre si próprio
a morder anzóis sem os olhar bem
este peixe no torvelinho
feio a ganir
legume d'água a escarnar
tragédia de cabelos de cobras a gritar-se ao espelho
camisa de forças de cordelinhos desatados
ventos
guinadas
dilúvios
alhos e vinagres
e depois talvez silêncio talvez
ou a orquestra toda a voltar a juntar-se
ó ilusão
domingo, 8 de abril de 2012
Sol
sol só já não se sabe se há estações
aqui sol e maravilha no mundo de guerras
árvores belas bem desenhadas
luz que doura gato que curte
corpo cheio de prazer
nada e tudo por fazer
cigarro é desnecessário e néctar
é crime e está feito como tudo o que matamos
o necessário é estar só e ter domingos de páscoa
com baterias carregadas de força
para podermos estar longe como
achamos que queremos
aqui sol e maravilha no mundo de guerras
árvores belas bem desenhadas
luz que doura gato que curte
corpo cheio de prazer
nada e tudo por fazer
cigarro é desnecessário e néctar
é crime e está feito como tudo o que matamos
o necessário é estar só e ter domingos de páscoa
com baterias carregadas de força
para podermos estar longe como
achamos que queremos
sábado, 7 de abril de 2012
Só
Ninguém pode comigo
nem o meu gato, nem o meu amigo
Ninguém já suporta
nem que eu esteja aqui, nem que eu esteja à porta
Se não és louca
não finjas que és
e usa d'etiqueta da cabeça aos pés
modos e trejeitos
de estar acompanhado
ritos e normas
d'animal bem educado
Sonho
com suicídios e prisões
nem o meu gato, nem o meu amigo
Ninguém já suporta
nem que eu esteja aqui, nem que eu esteja à porta
Se não és louca
não finjas que és
e usa d'etiqueta da cabeça aos pés
modos e trejeitos
de estar acompanhado
ritos e normas
d'animal bem educado
Sonho
com suicídios e prisões
quinta-feira, 5 de abril de 2012
úsculo
júpiter vénus
mercúrio vénus
terra
marte júpiter
saturno urano neptuno plutão
vénus é feita de espelhos
por isso brilha assim
júpiter grande longe
lua pequena perto
marte
vermelho
mercúrio vénus
terra
marte júpiter
saturno urano neptuno plutão
vénus é feita de espelhos
por isso brilha assim
júpiter grande longe
lua pequena perto
marte
vermelho
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