segunda-feira, 2 de maio de 2011

poema para o desenho dezoito de vinte e três desenhos e um fragmento de MD

Para desenhar as pessoas da áfrica
usa-se o lápis preto.
Na áfrica as árvores têm folhas recortadas.
As árvores que eu sei que há em áfrica são as palmeiras.
Os homens pintam-se com o lápis preto e põem-se ao lado
de uma árvore de folhas despenteadas
e então estamos na áfrica.
Os homens da áfrica também têm bengalas
como os senhores de lisboa
ou cajados de caminhada como os escoteiros
mas não são comprados nas lojas
e polidos e envernizados.
São paus das árvores.
Tortos como os ramos crescem nas árvores.
Os homens de áfrica andam de calções.
Porque está calor
ou porque não há pudores
ou porque não sabem o que são calças.
Lá em áfrica estão muitos portugueses
porque aquilo é nosso.
Mas eu nunca lá fui.
Diz que é longe.
E é assim uma espécie de parque com árvores
e homens pretos
que eu acho que andam descalços.

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